Un experimento literario de la Guerra Fría en el mundo hispánico: Comiendo en Hungría

Abstract

En 1969, Miguel Ángel Asturias y Pablo Neruda firman conjuntamente ese curioso experimento literario-gastronómico que es Comiendo en Hungría, un resumen de su viaje al país húngaro, que además es uno de los textos menos conocidos de ambos autores. El propósito de este trabajo es analizar la excepcionalidad irrepetible de este texto, que supone una suma de esfuerzos internacionales de signo socialista (incluidas una editorial española y una húngara), y que, a pesar de su aparente trivialidad, es de marcado interés para la comprensión de la relación de fuerzas literarias en la Guerra Fría cultural, en un momento tan especial como fue, además, el boom de la narrativa latinoamericana. Se analizan las condiciones de su producción, la relación con obras precedentes de los dos autores y los elementos ideológicos presentes en el texto. Con ello se pretende contribuir a la comprensión de las estrategias culturales del socialismo real en el ámbito hispánico.

In 1969, Miguel Ángel Asturias and Pablo Neruda jointly signed that curious literary-gastronomic experiment that is Comiendo en Hungría, a summary of their trip to the Hungarian country, which is also one of the least known texts of both authors. The purpose of this paper is to analyze the unrepeatable exceptionality of this text, which involves a sum of international efforts of socialist sign (including a Spanish and a Hungarian publisher) that, despite its apparent triviality, is of marked interest for the understanding of the relationship of literary forces in the cultural Cold War, at a moment as special as it was, in addition, the boom of Latin American narrative. The conditions of its production, the relationship with previous works of the two authors and the ideological elements present in the text are analyzed. This is intended to contribute to the understanding of the cultural strategies of real socialism in the Hispanic sphere.

Em 1969, Miguel Ángel Asturias e Pablo Neruda assinaram em conjunto aquela curiosa experiência literário-gastronómica que é Comer na Hungria, um resumo da sua viagem ao país húngaro, que é também um dos textos menos conhecidos de ambos os autores. O objetivo deste artigo é analisar a excecionalidade irrepetível deste texto, que envolve uma soma de esforços internacionais de signo socialista (incluindo uma editora espanhola e uma húngara) que, apesar de sua aparente trivialidade, é de grande interesse para a compreensão da relação de forças literárias na Guerra Fria cultural, num momento tão especial quanto foi, além disso, o boom da narrativa latino-americana. São analisadas as condições de sua produção, a relação com trabalhos anteriores dos dois autores e os elementos ideológicos presentes no texto. Pretende-se assim contribuir para a compreensão das estratégias culturais do socialismo real na esfera hispânica.