Polarización, radicalización y sesgo confirmatorio en la red: una lectura desde las teorías de los efectos de los medios y la democracia deliberativa

Abstract

Las redes sociales han facilitado que individuos alejados geográficamente, pero con intereses comunes, puedan con-formarse como grupo, al tiempo que han contribuido a que ideas minoritarias o más extremas tengan cabida en la agenda mediática. Como contrapartida, han fomentado la aparición de ciertos fenómenos considerados nocivos para la esfera pública. Este es el caso de las cámaras de eco y los filtros burbuja, que conducirían a una retroalimentación de la visión propia, incrementando la polarización y fomentando la radicalización de posturas. No obstante, por mucho que se cierren los grupos, siempre habrá espacios en los que las personas tendrán que enfrentarse a voces contrarias, incluso aunque hagan uso de la exposición selectiva o el sesgo confirmatorio. Por otra parte, estos fenómenos pueden tener también efectos positivos, sirviendo como espacios de deliberación y empoderamiento de grupos y posturas marginalizados en la esfera mediática. El presente trabajo acude a las teorías de los efectos mediáticos, la acción colectiva o la democracia deliberativa para tratar de ilustrar y alimentar el complejo debate sobre estos fenómenos y sus posibles efectos, tanto negativos como positivos, en los procesos de deliberación ciudadana y la conformación de la opinión pública.

Social media has facilitated the formation of groups by geographically distant individuals with common interests, concurrently contributing to the prominence of minority or more extreme ideas in the media agenda. Conversely, they have fostered the emergence of certain phenomena deemed detrimental to the public sphere. This is the case with echo chambers and filter bubbles, which may lead to a reinforcement of one’s own perspective, intensifying polarization, and promoting the radicalization of stances. However, even as groups close in, there will always be spaces where individuals confront opposing voices, even if they engage in selective exposure or confirmatory bias. Moreover, these phenomena can also have positive effects, serving as spaces for deliberation and empowerment of marginalized groups and positions in the media sphere. This paper draws on theories of media effects, collective action, and deliberative democracy to illustrate and contribute to the complex debate on these phenomena and their potential effects, both negative and positive, on citizen deliberation processes and the formation of public opinion.

As redes sociais têm facilitado a formação de grupos por indivíduos geograficamente distantes, mas com interesses comuns, ao mesmo tempo que contribuíram para que ideias minoritárias ou mais extremas tenham destaque na agenda midiática. Por outro lado, elas têm fomentado o surgimento de certos fenômenos considerados prejudiciais para a esfera pública. Este é o caso das câmaras de eco e das bolhas de filtro, que podem levar a uma retroalimentação da própria visão, intensificando a polarização e promovendo a radicalização de posturas. No entanto, mesmo quando os grupos se fecham, sempre haverá espaços nos quais as pessoas terão que enfrentar vozes contrárias, mesmo que recorram à exposição seletiva ou ao viés confirmatório. Além disso, esses fenômenos também podem ter efeitos positivos, servindo como espaços de deliberação e empoderamento de grupos e posições marginalizadas na esfera midiática. Este trabalho recorre a teorias dos efeitos midiáticos, da ação coletiva e da democracia deliberativa para ilustrar e contribuir para o debate complexo sobre esses fenômenos e seus possíveis efeitos, tanto negativos quanto positivos, nos processos de deliberação cidadã e na formação da opinião pública.