Construção e validação de uma ferramenta para promover a participação dos doentes na segurança dos cuidados de saúde em Portugal

Abstract

Introdução A participação dos doentes na melhoria da segurança dos cuidados de saúde deve ser encarada pelos sistemas e instituições de saúde, como uma estratégia para a promoção da segurança dos cuidados de saúde, bem como para a prevenção e redução da ocorrência de eventos adversos. Constitui objetivo deste trabalho, promover a participação dos doentes na segurança dos cuidados de saúde, desenvolvendo uma ferramenta através da qual o sistema/serviço possa solicitar aos doentes a identificação de áreas prioritárias de intervenção para a segurança dos cuidados de saúde. Metodologia A realização deste estudo foi dividida em cinco etapas. As quatro primeiras etapas, (Revisão de instrumentos semelhantes; Entrevistas semi-estruturadas a doentes; Construção do questionário; e Validação do conteúdo de verificação da fiabilidade) focaram-se na construção e verificação da validade de conteúdo do questionário ParticipaS. A quinta etapa consistiu na execução de uma pilotagem do questionário ParticipaS, a uma amostra de 660 participantes de 8 Unidade de Saúde de várias regiões de Portugal Continental, selecionada de forma não-probabilística por quotas. Resultados A partir da análise da fiabilidade interna e da Análise Fatorial Confirmatória (AFC) verificou-se que o questionário ParticipaS se encontra adaptado à realidade portuguesa. Os doentes identificaram oportunidades de melhoria mais prementes em três temáticas prioritárias, nomeadamente: “Prevenção de úlceras de pressão”, “Higienização das mãos e prevenção de infeções” e “Segurança Cirúrgica. Os doentes que apontam já ter sofrido incidentes de segurança apresentam uma avaliação mais negativa da segurança dos cuidados de saúde em geral. Conclusão O questionário ParticipaS permite enquadrar de forma efetiva a perceção do doente na melhoria da segurança dos cuidados de saúde, enquadrando os doentes de forma participativa na identificação de problemas e/ou áreas prioritárias de intervenção na segurança dos cuidados de saúde.