Josefina Molina y Función de noche (1981): la deconstrucción de la socialización femenina durante el Franquismo a través del cine

Abstract

La Transición española hacia la democracia (1975-1982), tras cuarenta años de dictadura bajo el mando del General Franco, fue un periodo muy complejo en el que la población española tuvo que aprender a vivir bajo nuevos parámetros y a dejar atrás hábitos y formas de relacionarse adquiridos bajo el régimen anterior nacionalcatolicista, fuertemente conservador. Junto al apoyo legislativo, fue necesario un compromiso de todos los agentes socializadores para construir una nueva España más libre y humana. Uno de ellos es el cine. Numerosos cineastas se adhirieron a este objetivo, y entreellos destaca la figura de Josefina Molina, una de las pocas mujeres directoras, que anima a una reflexión sobre la perversa educación recibida por las mujeres bajo la etapa franquista a través de su filme Función de noche(1981). El objetivo de este trabajo es realizar un análisis del modelo de mujer característico del Franquismo que nos presenta esta película. Un modelo que posiblemente sea identificable en otras regiones del planeta puesto que es característico de las sociedades patriarcales. El núcleo central del artículo es el análisis de la estructura organizativa y del contenido del filme pero antes lo contextualizamos mediante un acercamiento a los roles clásicos adjudicados a hombres y mujeres a través de la socialización diferencial. Terminamos con unas reflexiones sobre las principales conclusiones de nuestro trabajo que buscan suscitar en el público lector una actitud crítica y de compromiso con la construcción de un mundo más equitativo y justo.

Spanish Transition to democracy (1975-1982), after forty years in dictatorship with General Francisco Franco, was a very complex period where Spanish people had to learn to live with new criteria and to leave many habits and ways of being in contact with other people acquired during the strongly conservative Francoist Regime. In addition to the legislative support, it was necessary a commitment by all the agencies of socialization in order to build a freer and more human Spain. One of them is the cinema. Numerous filmmakers looked for this aim and the person of Josefina Molina stood out between them. She was one of the few women directors who wanted to encourage a reflection on the perverse education received by women during the Francoist regime through her film Función de noche (1981). This paper aims to analyse the model of woman of the Francoist Regime that the film shows; a model that could also be identified in other areas of Earth because it is typical in patriarchal societies. The core of this paper isthe analysis of the organizational structure and the content of the film but, first, we contextualize the film using an approach to the classic roles assigned to women and men though differentiating socialization. We finish with some reflections on the main conclusions of our paper, trying to encourage a critical and committed attitude in our readers for the construction of a fairer and more equitable World.

A transição espanhola para a democracia (1975-1982), após quarenta anos de ditadura sob o comando do General Franco, foi um período muito complexo em que a população espanhola teve de aprender a viver sob novos parâmetros e a deixar para trás hábitos e formas de relacionamento adquiridos sob o anterior regime fortemente conservador e nacional-católico. Juntamente com o apoio legislativo, foi necessário um compromisso de todos os agentes socializadores para construir uma Espanha nova, mais livre e mais humana. Uma delas é o cinema. Muitos cineastas aderiram a este objectivo, e entre eles destaca-se Josefina Molina, uma das poucas realizadoras, que encoraja a reflexão sobre a educação perversa recebida pelas mulheres sob o regime franquista através do seu filme Función de noche (1981). O objectivo deste trabalho é fazer uma análise do modelo de mulher característico do franquismo apresentado neste filme. Um modelo que é possivelmente identificável noutras regiões do planeta uma vez que é característico das sociedades patriarcais. O núcleo do artigo é a análise da estrutura organizacional e do conteúdo do filme, mas primeiro contextualizamo-lo abordando os papéis clássicos atribuídos a homens e mulheres através da socialização diferencial. Terminamos com algumas reflexões sobre as principais conclusões do nosso trabalho que procuram provocar no público leitor uma atitude crítica e empenho na construção de um mundo mais equitativo e justo.