Por uma economia política da organização do conhecimento

Abstract

Nosso mundo fixa os cimentos de sua identidade cultural, dos discursos políticos, das expectativas de futuro, dos conhecimentos adquiridos e de praticamente toda a sua memória, em inscrições. A acumulação de tais inscrições, sobre as que se incoporam exponencialmente – e a cada instante – novas inscrições digitais, nós a chamamos “exomemória”. O conceito de exomemória recupera um sentido antrópico, ético e político ausente na documentação em seus princípios positivistas. Embora, na digitalidade, as inscrições sejam geradas, na maioria das vezes, de modo disperso e espontâneo – e isso não tem maior relevância do que para a importância da privacidade das pessoas –, há um grande número de inscrições que poderiam ter transcendência para a memória coletiva ou para a narrativa da história do mundo. Essa não é apenas uma história narrada de uma voz holística, mas também da pluralidade das comunidades, dos sujeitos e mesmo das ricas intersubjetividades que transcendem a intimidade.